MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 12 ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2007.
LEIA A RESENHA E BAIXE O LIVRO COMPLETO EM PDF, AQUI
Participe! Tem um comentário meu no fim da postagem. Acesse, leia e responda, dê sua opinião! Adalberto.
Escrito em 1999, a pedido da UNESCO, “Os sete saberes necessários à educação do futuro” pretende “expor problemas centrais ou fundamentais que permancem totalmente ignorados ou esquecidos e que são necessários para se ensinar no próximo século.” O livro é composto de sete pontos de discussão: As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão; Os princípios do conhecimento pertinente; Ensinar a condição humana; Ensinar a identidade terrena; Enfrentar as incertezas; Ensinar a compreensão; A ética do gênero humano.
No primeiro capítulo, “As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão”, o autor defende a importância de se considerar os inúmeros erros e ilusões que podem ocorrer em qualquer transmissão de informação. Ele destaca os erros mentais, intelectuais e os erros da razão, enfatizando, neste último item, a diferença entre racionalização e racionalidade, considerando a racionalidade a melhor proteção contra o erro e a ilusão. Morin também destaca as cegueiras paradigmáticas e mostra como os paradigmas que controlam a ciência podem desenvolver ilusões. Para o autor a educação deve sempre estar atenta à identificação da origem de erros, ilusões e cegueiras. E mais que isso, considerar sempre todos os aspectos dos problemas, sejam eles antropológicos, políticos, sociais ou históricos.
Em “Os princípios do conhecimento pertinente” o autor trabalha as questões do contexto, o global, o multidimensional, o complexo, mostrando que o conhecimento dividido em disciplinas muitas vezes impede a visualização da totalidade. Para o autor é importante que se consiga estabelecer as relações entre as partes e o todo em um mundo complexo.
O capítulo três - “Ensinar a condição humana” – traz mais uma vez a discussão do ensino fragmentado e de como isso é prejudicial à educação. É preciso considerar o ser humano e toda sua complexidade: sua condição física, biológica, psíquica, culutral, social, histórica. A educação do futuro deveria “mostrar e ilustrar o
Destino multifacetado do humano: o destino da espécie humana, o destino individual, o destino social, o destino histórico, todos entrelaçados e inseparáveis.”
No capítulo “Ensinar a identidade terrena” o autor faz um breve panorama do “resultado” da educação no século passado, falando da herança de morte (armas nucleares, vírus, etc), da morte da modernidade. Tal panorama serve como contraponto ao que o autor chama de herança de nascimento, a cidadania terrestre. Para ilustrar esse pensamento, Morin usa como exemplo várias contracorrentes existentes hoje que estão no cerne dessa missão: contracorrente ecológica, qualitativa, de resistência à vida prosaica, de resistência ao consumo padronizado, entre outras. A importância desse capítulo já pode ser visto nas discussões existentes sobre aquecimento global.
Em “Enfrentar as incertezas”, Morin afirma que é preciso ensinar estratégias que permitiriam enfrentar os imprevistos e agir usando as informações adquiridas ao longo do tempo. O autor faz uma longa reflexão falando sobre a importância de sabermos lidar com as incertezas ligadas ao conhecimento.
No sexto capítulo “Ensinar a compreensão”, Morin mostra o paradoxo do nosso tempo: apesar te temos cada vez mais meios de comunicação, a incompreensão permanece geral. O autor discute sobre as duas formas de compreensão: a compreensão intelctual e a compreensão humana, afirmando que enquanto a compreensão intelectual passa pela inteligibilidade e pela explicação, a compreensão humana vai além da explicação, comportando um conhecimento sujeito a sujeito. Morin cita o egocentrismo, o etnocentrismo, o sociocentrismo como obstáculos às duas compreensões. É imprescindível que a educação do futuro trabalhe a questão da compreensão, em todas as idades e em todos os níveis de educação.
No último saber discutido, “A ética do gênero humano”, o autor mostra que indivíduo/sociedade/espécie são co-produtores um do outro. A educação deve conduzir à “antropo-ética” (ética propriamente humana), que compreende a esperança na completude da humanidade, como consciência e cidadania planetária. Morin reforça a importância da democracia para a educação do futuro e conclui salientando que a educação do futuro tem como finalidade a busca da hominização na humanização. FONTE: aqui
Participe! Tem um comentário meu no fim da postagem. Acesse, leia e responda, dê sua opinião! Adalberto.
Escrito em 1999, a pedido da UNESCO, “Os sete saberes necessários à educação do futuro” pretende “expor problemas centrais ou fundamentais que permancem totalmente ignorados ou esquecidos e que são necessários para se ensinar no próximo século.” O livro é composto de sete pontos de discussão: As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão; Os princípios do conhecimento pertinente; Ensinar a condição humana; Ensinar a identidade terrena; Enfrentar as incertezas; Ensinar a compreensão; A ética do gênero humano.
No primeiro capítulo, “As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão”, o autor defende a importância de se considerar os inúmeros erros e ilusões que podem ocorrer em qualquer transmissão de informação. Ele destaca os erros mentais, intelectuais e os erros da razão, enfatizando, neste último item, a diferença entre racionalização e racionalidade, considerando a racionalidade a melhor proteção contra o erro e a ilusão. Morin também destaca as cegueiras paradigmáticas e mostra como os paradigmas que controlam a ciência podem desenvolver ilusões. Para o autor a educação deve sempre estar atenta à identificação da origem de erros, ilusões e cegueiras. E mais que isso, considerar sempre todos os aspectos dos problemas, sejam eles antropológicos, políticos, sociais ou históricos.
Em “Os princípios do conhecimento pertinente” o autor trabalha as questões do contexto, o global, o multidimensional, o complexo, mostrando que o conhecimento dividido em disciplinas muitas vezes impede a visualização da totalidade. Para o autor é importante que se consiga estabelecer as relações entre as partes e o todo em um mundo complexo.
O capítulo três - “Ensinar a condição humana” – traz mais uma vez a discussão do ensino fragmentado e de como isso é prejudicial à educação. É preciso considerar o ser humano e toda sua complexidade: sua condição física, biológica, psíquica, culutral, social, histórica. A educação do futuro deveria “mostrar e ilustrar o
Destino multifacetado do humano: o destino da espécie humana, o destino individual, o destino social, o destino histórico, todos entrelaçados e inseparáveis.”
No capítulo “Ensinar a identidade terrena” o autor faz um breve panorama do “resultado” da educação no século passado, falando da herança de morte (armas nucleares, vírus, etc), da morte da modernidade. Tal panorama serve como contraponto ao que o autor chama de herança de nascimento, a cidadania terrestre. Para ilustrar esse pensamento, Morin usa como exemplo várias contracorrentes existentes hoje que estão no cerne dessa missão: contracorrente ecológica, qualitativa, de resistência à vida prosaica, de resistência ao consumo padronizado, entre outras. A importância desse capítulo já pode ser visto nas discussões existentes sobre aquecimento global.
Em “Enfrentar as incertezas”, Morin afirma que é preciso ensinar estratégias que permitiriam enfrentar os imprevistos e agir usando as informações adquiridas ao longo do tempo. O autor faz uma longa reflexão falando sobre a importância de sabermos lidar com as incertezas ligadas ao conhecimento.
No sexto capítulo “Ensinar a compreensão”, Morin mostra o paradoxo do nosso tempo: apesar te temos cada vez mais meios de comunicação, a incompreensão permanece geral. O autor discute sobre as duas formas de compreensão: a compreensão intelctual e a compreensão humana, afirmando que enquanto a compreensão intelectual passa pela inteligibilidade e pela explicação, a compreensão humana vai além da explicação, comportando um conhecimento sujeito a sujeito. Morin cita o egocentrismo, o etnocentrismo, o sociocentrismo como obstáculos às duas compreensões. É imprescindível que a educação do futuro trabalhe a questão da compreensão, em todas as idades e em todos os níveis de educação.
No último saber discutido, “A ética do gênero humano”, o autor mostra que indivíduo/sociedade/espécie são co-produtores um do outro. A educação deve conduzir à “antropo-ética” (ética propriamente humana), que compreende a esperança na completude da humanidade, como consciência e cidadania planetária. Morin reforça a importância da democracia para a educação do futuro e conclui salientando que a educação do futuro tem como finalidade a busca da hominização na humanização. FONTE: aqui
Presente nas bibliografias dos concursos públicos para os cargos de professor, diretor e supervisor de ensino nos últimos anos, este autor e este livro são de fundamental importância para a formação ou atualização do profissional de educação. Esta importância é tanto maior quando se considera a razão implicita do conteúdo do livro. Explico: Edgar Morin escreve 'os sete saberes' tendo como referência fundamental a sua tese da "reforma do pensamento". Contudo, ele faz se não me engano, uma única citação do conceito neste livro, e sem se aprofundar ou explicar (neste livro), do que se trata. Eu diria que o livro foi escrito para ser compreendido plenamente pelos leitores que JÁ conhecem a sua teoria da complexidade e a sua tese da reforma do pensamento. Sem este conhecimento prévio, a leitura simplesmente, dos Sete saberes pode até parecer confusa. Mas não é para quem leu por exemplo, a cabeça bem feita do mesmo autor.
ResponderExcluirPois bem: Sabido que tem dois conceitos importantes e necessários para se compreender plenamente este livro (repito: importantíssimo para a formação do educador), fico esperando neste espaço, a perticipação de vocês com dúvidas e sugestões sobre duas questões:
O que é a "tal" tese da reforma do pensamento, de E. Morin e o que é a teoria da complexidade? Que relações tem uma com a outra? Porque elas são importantes para a educação? Vamos lá? Participem. Volto depois.